LARA CROFT, qual sua história?


[ Esse artigo contém SPOILERS de jogos e livros da franquia clássica. ]
Lara Croft. Arqueóloga. Ambiciosa. Destemida. Uma personagem nascida nos games, mas que poderia ter saído de qualquer história em quadrinho de super-humanos dos anos 80. Trazida a vida por homens e para homens, fortemente inspirada por Indiana Jones e tantos super-heróis do universo nerd, Lara Croft conquistou a todos, sua personalidade forte e enfática, pela primeira vez estampada num rosto feminino, foi a grande chave do seu sucesso e assim tornou-se rapidamente um dos ícones dos videogames nos anos 90.
No início de sua jornada como produto popular, Lara Croft não se caracterizava por sua história pessoal, não era um fator importante saber sua idade ou quais os nomes dos seu pais, avós e tios, os fãs ansiavam por aventuras! Seu público queria buscar junto a essa mulher inquebrável soluções aparentemente impossíveis para situações absurdas. Era sua ambição apenas dizer "Eu consegui com minhas próprias mãos! Eu me superei dessa vez." E nós, seus orgulhosos fãs, ouvíamos: "você também pode superar seus desafios, assim como eu também pude!".
Com o passar do tempo e de novos jogos começamos a conhecer quem era essa mulher e como ela conseguia ser melhor a cada nova jornada e como ela retirava forças para seguir adiante. Conhecemos seu trágico passado, sua formação, sua história de superação e seu amor pelo passado, seu vício pelas civilizações antigas e quais os motrizes dessa sociedade, seus princípios e as grandes autoridades políticas e religiosas que regiam povos fantásticos que habitaram em seu universo. Um universo no qual as mais banais lendas poderiam ser reais e as maldições mais perversas podiam realmente acontecer.
E que tipo de heroína é Lara Croft? Uma assassina, trapaceira e habilidosas com qualquer tipo de armas fatais, que vão desde suas duas pistolas até o perigoso jogo da sedução, essa aventureira poderia ser classificada como tal? Sem dúvidas! Esta seria também sua única fraqueza: proteger os amigos que ama e fazer tudo ao seu alcance para poupa-los de situações que, por muitas vezes, é ela mesma que os incluí. O sequestro de Jean-Yves (TR 4) foi o primeiro desafio no qual Lara Croft deixa de ter controle da situação e a partir de então uma avalanche de momentos sombrios começam acercar Lara. Ser uma mulher inquebrável não era mais suficiente, pois seus amigos podiam muito bem ser ameaçados.
Sua experiência de quase morte, seu relacionamento conflituoso com Werner Von Croy e por fim a dramática morte de Malcolm Oliver (TR The Amulet of Power), um de seus melhores amigos, fizeram Lara Croft uma pessoa fria e distante de tudo e todos que não poderia assegurar com toda a certeza a sua segurança, seria esse o único ponto fraco para detê-la: a segurança dos seus amigos. Assim o boato de suposta morte lhe caiu muito bem para essa nova fase reclusa do convívio social. Lara partiu para os subúrbios de Paris, focada em estudos e pesquisas acadêmicas, até ser localizada pelo Werner, que já sabia da sobrevivência de Lara desde as retiradas dos escombros do Templo de Hórus. E assim se inicia o grande final do arco de perdas e superações que Lara Croft, desde o começo, nos ensinou.

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